quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

“Capital atrai capital, assim como a escassez de recursos acarreta maior escassez de recursos.”







Os sistemas socias produzem e reproduzem um conjunto de desigualdades sociais estruturando-se através das classes sociais.

Segundo o famoso sociólogo francês Pierre Bourdieu a posição que ocupamos no espaço social define-se através dos capitais que possuímos. Para Pierre Bourdieu os grandes princípios de diferenciação social residem no capital económico e no capital cultural, não desfazendo todos os outros capitais.

O capital económico, aquele que nos permite a aquisição de bens e serviços, é um grande princípio de diferenciação social pois quem o possui consegue, com maior facilidade, oferecer aos seus filhos todos os meios para facilitar a aprendizagem e evolução dos mesmos como por exemplo, a oportunidade para estudar nas melhores escolas, a possibilidade de fazer viagens que são bastante enriquecedoras a nível cultural, a aquisição de computadores e outras tecnologias, que automaticamente irá traduzir-se na acumulação de capital cultural em geral. Ao passo que, as classes socias que não são detentoras deste capital não poderão usufruir das mesmas "regalias" e portanto sentirão uma maior distância face à “sociedade do conhecimento” em que vivemos onde as oportunidades de êxito pessoal e profissional tendem a aumentar em função de factores como a capacidade de adaptação a novos contactos, flexibilidade e polivalência no trabalho, o domínios das TIC e de línguas estrangeiras, entre outos.

            Com isto podemos concluir que o capital atrai capital consequentemente e a falta de recursos continuará a acarretar, por acumulação, a escassez de recursos se nas próximas gerações nada se fizer para travar este tipo de desigualdades que constituem um problema para a sociedade “desenvolvida” em que vivemos.



Tânia Pedrosa

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