Quando o futebol foi criado, em Inglaterra, com
a formação da Football Association, ninguém imaginava que o impacto deste
jogo, aparentemente simples, pudesse mover multidões, como se verifica hoje em
dia.
O apoio ao clube do coração é levado, por muitos adeptos
(eu incluído), de uma forma quase religiosa. Tal como ir à missa, ao domingo,
apelar à misericórdia de Deus, os adeptos não perdem a oportunidade de gritar,
de peito aberto, pelo seu clube, na esperança de obter a alegria que, muitas
vezes, a vida teima em não oferecer. Embora a comparação pareça demasiado
radical, o meu clube é, para mim, efectivamente, uma religião (mas sem
extremismos!). A minha paixão pelo "glorioso" é algo que farei
questão de, um dia, ensinar aos meus filhos.
Apesar de admitir que o meu amor ao meu Benfica
chega a ser doentio, não posso concordar com muitas das coisas que se passam no
espaço "extra jogo". O desrespeito entre adeptos de clubes diferentes
é algo de tão ridículo que não consigo, sinceramente, perceber. A violência é,
na minha opinião, sempre injustificável, mas no futebol ainda mais. O futebol
deveria ser encarado com paixão, com respeito, com devoção. Mas esta devoção
não deve, nem pode implicar práticas de violência, como as que se verificam com
alguma frequência, em Portugal como noutros países. Cite-se, a título de
exemplo, o episódio triste que ocorreu na Grécia, num confronto entre AEK e
Olympiakos, com os adeptos do AEK a invadirem o relvado e a agredirem os
jogadores adversários. Com isto, o Governo grego decretou que os jogos se
realizariam À porta fechada, o que, na minha opinião, retira completamente a
magia a este desporto.
A solução, para mim, deveria ser punir, severamente,
os responsáveis para que tal aconteça. Mas, infelizmente, todos sabemos como a
justiça (não) funciona no nosso país.
Porém, o futebol proporciona, igualmente, momentos de
alegria. A festa dos adeptos, homens, mulheres e crianças- quando ocorre em
condições normais- é algo de extraordinários de se ver. Um excelente exemplo
disso foi a festa do bicampeonato do meu clube, que levou ao Marquês de Pombal
cerca de 200 000 pessoas! 200 000 pessoas que exaltaram a sua alegria, que
gritaram, choraram, cantaram. É a alegria no seu expoente máximo, é a
demonstração daquilo que podem provocar 11 homens a correrem atrás de uma bola.
É por isto que é o desporto rei, é por isto que o futebol é uma paixão, pata
mim como para milhões de pessoas pelo mundo fora.
Resta-me esperar, como adepto do futebol-pelo-futebol, que
as situações negativas que se verificam diminuam significativamente, para que o
desporto e a paixão dos adeptos saia valorizada. O desporto rei merece os
melhores adeptos!
Nuno Santos
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