Um elogio à violência, um motim à sociedade e uma sátira aos media.
Um filme de Oliver Stone, extremamente violento, que retrata a vida de Mickey e Mallory. Ambos tiveram infâncias difíceis que deixaram traumas e cicatrizes. Após Mickey salvar Mallory da vida infeliz que tinha e dos abusos do seu pai, tornam-se amantes e assassinos em série, verdadeiros psicopatas. Em apenas três semanas, mataram dezenas de pessoas sem arrependimento nem peso na consciência, deixando sempre alguém vivo para contar quem cometeu os crimes "Mickey e Mallory Knox".
Quando começamos a ver as primeiras cenas e a violência retratada (como o assassínio dos pais de Mallory) dá vontade de parar o filme e não voltar a vê-lo. Porém, somos surpreendidos com o humor negro de Oliver Stone que nos faz querer continuar e até nos faz rir. Naturalmente, à medida que o filme vai avançando, deixamos de dar tanta importância à violência mas sim às cenas de humor (apesar de negro).
Numa parte do filme, encontraram um homem, talvez a personagem mais calma deste filme. Este velho índio acolhe-os, alimenta-os e conta-lhes a história da mulher e da cobra que, de certa forma, é uma espécie de metáfora para a sua morte. Mickey, mata-o, sem intenção o que provoca uma revolta no casal que é atacado por cobras. Chegando à farmácia mais próxima, o empregado chama a polícia e o casal é preso e condenado.
Ao longo do filme e à medida que comete os crimes, o casal é adorado pelos media, idolatrado até. Surge aqui uma crítica aos maus hábitos, tanto da imprensa sensacionalista como do seu público. Os media, especialmente o repórter Wayne Gale, faziam de tudo para conseguir audiências, nem que fosse a tornar um casal de assassinos, famoso. Mais tarde, coloca-os no programa de televisão American Maniacs.
Na prisão, todos assistem à entrevista e as palavras de Mickey provocam um motim. Com o desenrolar do motim, Mickey e Mallory conseguem fugir da prisão, juntamente com Wayne. Porém, o casal mata o repórter, deixando a sua câmara como testemunha do assassinato porque alguém tem de ficar para contar a história.
Como é óbvio, é incorreto e desumano tirar a vida a alguém mas pior ainda é tornar essas pessoas famosas e usa-las para ganhar dinheiro e subir na vida e é isso, mais uma vez, que Oliver Stone pretende criticar: o sensacionalismo dos media.
Sara Lopes.