terça-feira, 21 de outubro de 2014
A tecnologia- será imprescindível ?
Como diria Christian Lous Lange, historiador norueguês, " a tecnologia é um servo útil, mas um mestre perigoso ", dado que o seu uso nos trará grandes possibilidades, mas o seu domínio sobre nós seria a nossa destruição.
Neste momento, torna-se importante perceber se a tecnologia é imprescindível (não confundir com irrevogável ...) ou não à sobrevivência humana. Num sentido físico, se tirarmos daqui a ideia que lhe é inerente, o conforto ( não me contenho em fazer pensar os meus leitores do que seria perfurar um dente que não fosse com uma broca eléctrica mas uma que dependesse do pedal da máquina artesanal do dentista - acrescente-se que a anestesia é uma criação muito recente) poderemos ver-nos capazes de sobreviver à sua ausência. Porém, seria infindável uma listagem de todos os referenciais tecnológicos na área da medicina que convivem diariamente connosco, que evitam danos maiores na área do diagnóstico e que viabilizam a existência de um futuro mais "a longo prazo".
Como ser intelectual que somos, rebelarmo-nos contra as tecnologias por aqueles efeitos maléficos que possamos ver nelas seria o mesmo que renegarmos a energia eléctrica tendo em consideração a existência da cadeira eléctrica. O que é pernicioso, na realidade, é o uso que podemos dar a estas fontes. A título singelo, citemos o filme "Transcendente", em que o Homem dentro do computador ambiciona o infinito. A máquina tem recursos ilimitados. O Homem tem ambição desmedida (entenda-se que a teoria do filme é muito interessante; do filme em si, ocorrem-me adjectivos antónimos...) .
Apesar dos perigos das tecnologias, melhor dizendo, do uso inadequado das tecnologias, abdicar da sua utilidade básica seria uma infantilidade. Apresentemos uma situação específica: o e-mail. Porquê regressarmos à necessidade de cartas do correio com prazos alargados de recepção para situações tão simples como um pedido de informação que se exija por escrito? Qual o intuito e os benefícios de não querer ter informação geral, constante e imediata abdicando da internet?
Saindo da área do bom-senso e senso-comum, tenhamos como referência um artigo cientifico presente na revista Times que indicava que num inquérito feito a jovens entre os 15 e os 18 anos, ficou patente que os resultados escolares eram proporcionalmente melhores entre aqueles que recorriam as tecnologias ( em 75% dos casos ) para organização do seu estudo, independentemente da sua classe social.
Incerto de ter convencido quem não pensa como eu, sinto-me, eu próprio, mais convencido de que não quero abdicar das benesses da tecnologia. Não deixo de imaginar (e de lamentar!) quantas vivências amorosas as gerações anteriores deixaram de experiênciar pela falta do recurso ao telemóvel, principalmente na sua componente sms, mesmo que algumas sejam enviadas aos destinatários errados e se descubram os affairs ( todo o beneficio traz um risco! ).
Nuno Santos
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